domingo, 17 de janeiro de 2010

História do GNU Linux

Texto baseado no livro Dominando Linux Red Hat 9, Editora Ciência Moderna.

Há tempos atrás, os computadores eram muito caros, contudo a demanda era muito alta e, como solução, cientistas desenvolveram o conceito time-sharing(compartilhamento de tempo), onde muitos usuários através de terminais eram conectados a um computador, hoje isso se chama Arquitetura Cliente Servidor.

Um dos primeiros projetos nesta área foi o Multics, envolvendo MIT, Bell Labs, na época pertencente a AT&T e General Eletric.A Bell Labs saiu do projeto, mas Ken Thompson e Dennis Ritchie, os quais trabalhavam para AT&T continuaram a trabalhar no desenvolvimento de um sistema multiusuário; o resultado disto foi o Unix.

Na época a AT&T não podia participar do mercado de computação devido a intervenções do governo americano, por isso resolveu destribuir o sistema com seu código fonte a universidades.

Na década de 1980, a AT&T passou a ter autorização para comercializar o Unix e então este passou a ser um sistema fechado.

Devido aos altos preços praticados pela AT&T, universitários começaram a desenvolver sistemas similares ao Unix.Nesta época surge um grupo, o FSF(Free Software Fundation) liderado por Richard Stallman, cujo objetivo era o compartilhamento de software.Este grupo desenvolveu a licença GPL e componentes de sistemas operacional tipo Unix(Projeto GNU).

Em 1991, Linus Torvalds, estudante de Ciência da Computação da Universidade de Helsinki, Finlândia, desenvolve um kernel(núcleo de sistema) e, em 1995 algumas empresas juntam o kernel desenvolvido por Linus aos componentes do Projeto GNU, da FSF e surge o sistema operacional GNU/Linux com sua várias distribuições(customizações do sistema).


O que é Extreme Programming(XP)?

"Extreme Programming(XP) é um processo de desenvolvimento que possibilita a criação de software de alta qualidade, de maneira ágil, econômica e flexível. Vem sendo adotado com enorme sucesso na Europa, nos Estados Unidos e, mais recentemente, no Brasil.", Vinicius Manhães Teles, autor do livro Extreme Programming.

O XP tem como principais características o desenvolvimento com escopo variável e por etapas, através de uma série de implementações, possibilitando entrega mais rápida das partes de software que são mais necessárias e de uso mais imediato, assim como a redução dos custos, pois o cliente só paga por aquilo que recebe; o refactoring, ou seja, a organização do código de forma que esse seja claro e permita complementações futuras; o uso intensivo de testes de código individuais e integrados além da programação em par, tornando o desenvolvimento mais rápido, pois diminui-se o tempo na busca por erros, possibilitando a geração de produto final com maior qualidade; e a interação contínua e sólida com o negócio do cliente, através das técnicas de feedback e trabalho, por vezes, dentro do mesmo espaço físico do contratante.

Além dessas práticas, a metodologia XP oferece inúmeras outras que, em conjunto, possibilitam a entrega de softwares com ótima relação custo x benefício.

Para maiores esclarecimentos, consulte o livro Extreme Programming de Vinicius Teles, publicado pela editora Novatec e/ou clique no link da Improve It na lista ao lado.

Extreme Programming X Método Tradicional

Extreme Programming

Método tradicional

· O cliente participa ativamente do processo de desenvolvimento que aumenta a segurança do negócio e diminui as dúvidas da equipe.


· O contrato é de escopo variável o que permite ao cliente modificar as funcionalidades no decorrer do processo de desenvolvimento o que garante maior satisfação para o mesmo.


· O cliente não precisa esperar muito tempo para obter retorno com o software pois as principais funcionalidades são logo postas em uso.


· Programação em par e testes constantes diminuem os bugs.


· Não existe especulação o que diminui o tempo no desenvolvimento.

· O cliente não participa do desenvolvimento o que diminui a segurança no negócio e aumenta as dúvidas da equipe aumentando as possibilidades de erro.


· No sistema tradicional(linear em cascata) o contrato é de escopo fechado(tenta-se ao máximo impedir mudanças o que é extremamente incorreto)resultando muitas vezes na insatisfação do cliente fazendo com que este gaste mais com atualizações.


· O cliente somente obtém lucro com o software depois de muito tempo e muitas vezes este não corresponde as suas necessidades.


· Gasta-se muito tempo com documentações que rapidamente se tornam obsoletas.


· A existência de “Ilhas de Conhecimento” e o incentivo ao trabalho individual prejudicam o resultado final.

1º A cada iteração o cliente recebe atualização de software?

R: Sim.

2º Exemplo de contrato com escopo variável?

R: Desculpe-me pela demora na resposta. Em XP não existem modelos fixos para estes artefatos. Inclusive, nem sempre equipes XP chegam ao ponto de usar todos eles. Seja como for, você pode obter uma boa idéia de como criá-los no meu livro http://www.improveit.com.br/livroxp.jsp. Além disso, no que se refere especificamente ao contrato de escopo negociável, dê uma olhada em http://www.improveit.com.br/xp/contrato.jsp.

3º No livro há um capitulo que fala sobre design simples, mas eu não compreendi satisfatoriamente este conceito. Em poucas palavras, é possível dizer o que seria um design simples de um software?

R: Sobre a questão do design simples, vejamos um pequeno exemplo. Marcelo é um desenvolvedor trabalhando em um projeto de desenvolvimento que envolve inúmeras funcionalidades a serem colocadas em um site. A próxima funcionalidade que ele irá implementar diz o seguinte:

"Mostrar no site uma lista numerada, contendo 10 livros, que encontram-se descritos em anexo".

Marcelo sabe que o cliente vive mudando de idéia, então, decide fazer uma lista flexível com a qual o cliente possa, no futuro, inserir mais livros, mudar a ordem de apresentação, alterar o conteúdo etc. Então ele modela uma tabela no banco de dados, cria um formulário para cadastrar os livros pela web, insere os livros, em seguida cria uma página que mostra o conteúdo da tabela do banco de dados. Além disso, nessa mesma página, ele inclui a possibilidade de alterar a ordenação dos livros, de acordo com os seguintes critérios:

* Por nome do livro
* Por autor
* Por preço
* Por editora

Marcelo é o máximo, certo? Não apenas é um desenvolvedor dedicado, ele também tem iniciativa e consegue antecipar os movimentos do cliente. Pena que algumas mudanças nas prioridades do cliente fizeram com que aquela funcionalidade não fosse mais necessária. Marcelo gastou uma semana de desenvolvimento, enquanto poderia ter gasto apenas uma hora se tivesse escrito a listagem diretamente em um HTML simples.

As pesquisas demonstram que 64% das funcionalidades de um sistema comercial típico nunca ou raramente são usadas (veja a Figura 1 em http://www.improveit.com.br/xp). Portanto, investir em um design além do necessário para o que o cliente solicitou costuma ser bastante perigoso, como o exemplo acima ilustrou. Para ter acesso a um exemplo verdadeiro, bem mais drástico do que o apresentado aqui, acesse a minha dissertação no link http://www.improveit.com.br/xp/ dissertacaoXP.pdf e leia da página 130 à 134.

O XP sugere que a cada iteração, o desenvolvedor se preocupe em implementar apenas o estritamente necessário para que a funcionalidade solicitada pelo usuário fique pronta. Isso é o que chamamos de design simples. Em XP os desenvolvedores evitam antecipar necessidades futuras, pois sabem que raramente acertam com exatidão sobre o que o cliente realmente vai pedir no futuro.

Essa prática é contrária ao que é feito habitualmente em desenvolvimento, chamado de BDUF (big design up front). O BDUF é exatamente o que o Marcelo fez neste exemplo, ele foi além do que precisava ser feito, ou seja, além do design que seria suficiente para a necessidade do cliente.

Na minha dissertação, você também poderá ler mais sobre design simples das páginas 91 a 98.

4º Quando a Improve It desenvolve um sistema a equipe fica no prédio do cliente ou bem próximo a ele como é recomendado no livro?

R: Sim. Às vezes ficamos em um escritório próximo ao cliente, mas na maioria das vezes trabalhamos diretamente no escritório do cliente.

5º O fato de a equipe ir para o prédio do cliente não gera transtornos? O cliente não acha "esquisito" a equipe vir para o seu escritório?

No nosso caso isso é relativo. Atualmente, a maior parte do trabalho que fazemos é mentoring. Portanto, normalmente alocamos um ou mais profissionais, que atuam como mentor, os quais trabalham em conjunto com uma equipe de desenvolvimento do próprio cliente. Em alguns casos ir para o prédio do cliente pode trazer transtornos, sem dúvidas, mas em outros não. Isso naturalmente depende de caso a caso.

6º Na integração não seria mais demorado resolver as colisões do que impedir que um mesmo arquivo fosse modificado ao mesmo tempo?

R: Impedir que um mesmo arquivo seja modificado ao mesmo tempo por diferentes pessoas costuma retardar significativamente o desenvolvimento, porque é comum um desenvolvedor ter que trabalhar com inúmeros arquivos abertos ao mesmo tempo, o que eleva a possibilidade de que um ou vários destes arquivos também tenham que ser usados por outros desenvolvedores ao mesmo tempo. Essa é a alternativa mais segura para se evitar conflitos, mas é também a que mais retarda o trabalho da equipe.
Por sua vez, permitir que várias pessoas editem o mesmo arquivo ao mesmo tempo, embora permita maior agilidade para a equipe, pode gerar conflitos demorados de serem solucionados. O XP resolve isso fazendo com que as integrações ocorram com grande freqüência. Por exemplo, as pessoas tendem a integrar o que estão fazendo a cada 2h no máximo. Como o volume de trabalho em duas horas tende a ser reduzido, o potencial de conflito também se reduz bastante. Na prática, por mais surpreendente que pareça, conflitos de integração são raros em XP. Embora eu nunca tenha medido isso, acredito que tipicamente, a cada 100 integrações, provavelmente temos menos de 5 delas com conflito que necessite ser tratado pelo desenvolvedor. Ainda assim, como o escopo de trabalho é reduzido entre uma integração e outra, eventuais conflitos são resolvidos com bastante rapidez.

7º Quais as funcionalidades de uma ferramenta de build além de compilar? Gostaria de saber um pouco mais sobre as diferenças entre ambiente de desenvolvimento e ferramenta de build.

R: Um ambiente de desenvolvimento é algo como o Eclipse, IntelliJ, JBuilder, NetBeans etc. Ele possui inúmeras funcionalidades para edição de código, depuração, compilação etc. Mas, um dos aspectos mais marcantes destas ferramentas é a presença de um editor, que cada vez mais possui bastante inteligência, sendo capaz de compilar o código à medida em que escrevemos, coloca cores de acordo com as características do que foi escrito etc.

Uma ferramenta de build, como o Ant, é capaz de automatizar uma infinidade de atividades que, do contrário, teríamos que executar manualmente. No link http://ant.apache.org/manual/coretasklist.html você pode conhecer as inúmeras tarefas que o Ant é capaz de fazer por você, tais como compilar, executar testes de unidade, criar arquivos zip, fazer ftp, telenet, criar e remover diretórios, copiar arquivos etc.

Apenas para dar um exemplo, veja algumas das coisas que o Ant faz para nós quando precisamos atualizar o site da Improve It:

- Compila todos os arquivos
- Cria um arquivo ZIP contendo toda a estrutura do site
- Estabelece uma conexão ftp com nosso servidor
- Envia o ZIP por ftp
- Estabelece uma conexão telnet com nosso servidor
- Executa remotamente um shell script de atualização em nosso servidor, o qual faz backup da versão anterior (para o caso de recovery de falhas) e coloca os novos arquivos em produção
- Executa todos os 940 testes contra os novos arquivos colocados em produção

8º O Eclipse executa testes de unidade sozinho ou é necessário o Ant integrado a ele?

R: Ele é capaz de executá-los sozinho, sem a presença do Ant. O JUnit já vem integrado ao Eclipse por default

9º Caso seja feita uma classe genérica em Java por exemplo esta poderá ser chamada de framework ou somente são framworks programas como o Delphi?

R: Na verdade, nem uma coisa nem outra. Um framework normalmente é um *conjunto* de classes que tende a ser reutilizado em inúmeros projetos diferentes, por ser genérico e fornecer funcionalidades freqüentemente necessárias em diferentes projetos. Por exemplo, quem programa em Java costuma usar o Hibernate, que é um framework para facilitar o acesso a bancos de dados. Tem também o Struts para ajudar no desenvolvimento de aplicações web e o próprio JUnit que ajuda na criação e execução de testes unitários. Aliás, o DUnit é um exemplo de framework desenvolvido para Delphi.

10º A reutilização de código não é recomendável pelo livro, mas como não reutilizar, por exemplo, o código que faz consulta ao BD?

R: Acho que houve um equívoco. A reutilização de código é extremamente recomendável e até mesmo essencial para a utilização do Extreme Programming. Em XP há uma enorme preocupação no sentido de não duplicar código, o que é conseguido, naturalmente, com a reutilização de código tanto quanto possível.

11ºAo reutilizar o código você não estará fazendo uma duplicação já que irá copiar e colar?

R: Não. Quando me refiro a reutilizar código, não estou pensando em nenhuma hipótese na temível "técnica" de copiar e colar. Essa é uma forma de duplicar código, não de reutilizar.

Reutilizar significa escrever o código em um único lugar e permitir que ele seja acessado diversas vezes, por inúmeros clientes. É possível reutilizar código de várias formas, tais como se usando constantes, variáveis, métodos, superclasses etc.

12º Como está a aceitação em relação ao eXtreme Programming no Brasil?

R: Ainda tímida, já que em grande parte das organizações ainda é desconhecido. Porém isso vem mudando. Há uns três anos pouquíssima gente tinha sequer ouvido falar de XP no Brasil. Hoje em dia muita gente até já ouviu falar, mas ainda há poucas experiências. Em todo o caso, já existe uma séria de projetos usando e a tendência, na minha opinião, é que isso evolua rapidamente nos próximos anos, da mesma forma que vem ocorrendo no exterior.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Motivation: How to Increase Project Team Performance

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Apresentação desenvolvida para o trabalho Reader Presentation Project, do curso Upper Intermediate, realizado na Associação Cultural Brasil Estados Unidos em Janeiro de 2009 e ministrado pelo Prof. Mark Stevenson Fuo.

A apresentação teve como principal objetivo mostrar as mais conhecidas e utilizadas teorias motivacionais com base no artigo de Tonya M. Peternson, escrito para Project Management Journal e publicado em Dezembro 2007.

Relações Humanas, Grupos e Equipes de Trabalho

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Apresentação desenvolvido para a disciplina Introdução à Psicologia ministrada pelo Prof. Ms. Talyson Amorim Tenório de Carvalho(UFBA).

O trabalho tem por objetivo esclarecer como ocorrem as relações humanas em uma perspectiva organizacional, tendo como ponto base a análise de grupos e equipes de trabalho. Para que seja possível uma melhor fundamentação e análise mais abrangente do tema, abordagens respectivas à Historia do Trabalho, Grupos x Equipes, Tipos de Personalidade e Trabalho em Equipe serão demonstradas no decorrer do estudo. Para trazer a este material um contexto prático e atual, também será apresentada uma análise crítica entre as teorias aqui abordadas e ações efetivadas nas organizações através de entrevista com um profissional de recursos humanos(Apenas na versão artigo. Para obté-la envie-me um e-mail.).

O Golem Laborioso

Texto desenvolvido para a disciplina Abordagem Sócio-Política das Organizações, ministrada pelo Prof. Dr. Reynaldo Paula(UFBA).

No texto “O Golem Laborioso”, de Hermano Roberto Thiry-Cherques, o mundo do trabalho, em especial a conduta dos seus atores, é desvendada através do golem - ser artificial mítico, associado à tradição mística do judaísmo, que pode ser trazido à vida através de um processo mágico – e seus avatares temporais: o robô, o andróide e o cyborg. As características típicas deste ser fantástico de formas humanas, correlacionando-se com a figura do trabalhador, foram analisadas em seus por menores no decorrer do artigo, tendo como pontos-chave a alienação, mentalidade de gueto, moral relativizada, instrumentalização de si, aristocratização e a solidão.

Devido à forma como a economia e as organizações vêem se estruturando, viver como golem é uma maneira de sobreviver às pressões do cenário que se impõe. De uma forma geral, um trabalhador-golem é um indivíduo que renuncia à sua própria individualidade e percebe no trabalho um lugar seguro contra os descaminhos da vida. Este tipo de trabalhador não é alguém que tenha sido obrigado a ser desta forma, mas alguém que ambiciona fazer parte da estrutura produtiva e ser reconhecido por isso; é por essência um sujeito conformista, deixa a cargo dos outros a decisão sobre o seu viver e que tem seus valores intrinsecamente atrelados aos valores da estrutura que compõe. Este trabalhador vive submerso em ilusão, fazendo acreditar e ao mesmo tempo acreditando naquilo que se faz conveniente ao sistema produtivo, tornando-se solitário dentro do seu espaço de trabalho, onde as comunicações são restringidas de formas diversas, como também ignorando laços sociais externos ao espaço da sua atividade, ou enxergando nestes uma continuidade daquele, pois a necessidade de pertencimento a um grupo foi a muito substituída pela necessidade de pertencimento a uma organização mantenedora do próprio status quoprodutivo.

Em um momento como no qual estamos, onde o ideário dominante é o da produção como sentido da vida, surge um espaço de grandes dimensões para o florescimento do trabalhador-golem, já que este se realiza através da realização dos objetivos do próprio sistema. Este tipo de trabalhador é um alienado por excelência, pois dá a posse do seu intelecto e sua força de trabalho, de forma integral, à organização e à produção, independentemente de quem seja o seu proprietário ou qual seja a maneira de produzir, desta forma deixando de ser o agente da sua própria narrativa.

Conforme a estrutura produtiva veio modificando-se no decorrer da história, o trabalhador-golem também se modificou, não na sua essência, mas na sua forma, assumindo então novas embalagens ou avatares, buscando sempre a melhor adequação possível à realidade do sistema, servindo então de instrumento para o seu sucesso. No inicio do século XX, com o surgimento da administração científica liderada por Friederick Taylor, surge o robô. Este possuía basicamente três características-chave: aversão a mudanças, imediatismo e a permissão das imposições feitas pelo sistema sem qualquer questionamento; sinteticamente seria o trabalhador-engrenagem.

O avatar que se segue é o andróide. Este se caracteriza como um robô que evolui de simples manipulado para ser um manipulado que também manipula e possui neste ponto sua principal diferenca. A este processo deu-se o nome de aristocratização. É característica deste avatar a capacidade de se transformam tão rápido quanto seja a metamorfose praticada pelo sistema, sendo esta capacidade advinda de uma base intelectual solidificada.

Por fim, surge o avatar cyborg, sendo este caracterizado pelo mito da infalibilidade e por conta disto, torna-se o referencial para o tipo de trabalhador que tem o conjunto de características que foram apresentadas até aqui.

O que é Global Pact?

Global Pact é uma organização internacional que tem como principal objetivo capacitar pessoas para que elas possam identificar e solucionar desafios em suas próprias comunidades. Através de cursos intensivos, práticos e que visam dispor aos participantes situações reais, possibilita-se o desenvolvimento de habilidades interpessoais, analíticas e organizacionais. Uma das principais características dos programas elaborados em parceria com a Global Pact é o seu caráter multicultural, pois nas atividades desenvolvidas sempre atuam indivíduos de diversas partes do mundo tornando ainda mais enriquecedora a experiência daqueles que se dispõem a participar.

Global Pact na Escola de Administração da UFBA

“A Global PACT - Parcerias para o Ativismo e Treinamento Multi-Cultural, em parceria com a UFBA, através do ITES - Incubadora Tecnológica de Economia Solidária e Gestão do Desenvolvimento Territorial, na Escola de Administração, está proporcionando treinamento para estudantes americanos e brasileiros que têm trabalhado em equipes para desenvolver uma série de projetos que solucione problemas de comunidades carentes em Salvador. Deste grupo de intercâmbio com foco em projetos sociais de desenvolvimento local, participam 34 estudantes através de uma interação entre estudantes universitários de diversos lugares do mundo, diferentes áreas de estudo, e advindos de várias universidades. O programa conta com uma equipe de professores e coordenadores do Brasil e Estados Unidos, que ministram um curso intensivo de três semanas na Escola de Administração da UFBA.

O curso intensivo tem metodologia baseada em seminários, várias visitas as comunidades, entrevista da população local, pesquisa de campo e prática que requer dos estudantes a capacidade de identificar problemas sociais locais pertinentes à realidade de bairros populares e comunidades de Salvador. Além de incluir a escrita de um projeto, desenvolvimento de um plano de ação e sua execução em apenas três semanas. Os estudantes estabelecem contatos, visitam ONGs e têm a liberdade de desenvolverem projetos junto às organizações já existentes e/ou atuarem em outros locais. O curso também conta com a participação de convidados e especialistas de diversas áreas científicas. O Global PACT vem treinando e capacitando ativistas na Tailândia, Croácia, Camboja e África do Sul. Esta é a segunda edição do programa Global PACT no Brasil.”

Fonte: http://www.portal.ufba.br/ufbaempauta/2009/Agosto/Sabado,1/culturaisparaestudantes

Em sua edição na UFBA, o programa foi realizado no período de 13/07/2009 a 31/07/2009, sempre em período integral, totalizando 80 horas de curso. Como principais responsáveis pela organização e suporte do programa estão Prof. Dr. Genauto França Filho(UFBA), Profª. Viviane Gontijo(University of Massachusetts) e Prof. Ph.D. William Clark(Michigan University). Como palestrantes convidados participaram Prof. Dr. João Martins Tude(UFBA) e Prof Dr. Renato Dagnino(Unicamp).

Execução dos Projetos

Acima estudantes brasileiros, norte americanos e pessoas da comunidade local.

Após três semanas de discussões, pesquisas e visitas à comunidade de Saramandaia em Salvador, Bahia é chegado o momento da execução dos projetos.

Apresentação dos Projetos

Acima, apresentando o tema Educação Ambiental, da esquerda para direita: Sabine Etienne(Northeastern Uni.), Tiago Carneiro(UFBA), Ricardo Filho(UFBA), Daiane Machado(UFBA) e Erik Grosfeld(Northeastern Uni.).

No dia 3 de agosto de 2009, no auditório da Escola de Administração da UFBA, foram realizadas apresentações sobre todos os trabalhos desenvolvidos.

Cultura, Ideologia e Intervenção Social

Texto Baseado Na Palestra do Prof. Dr. João Martins Tude(UFBA).

Atualmente é comum vermos nos mais diferentes meios de comunicação expressivo número de entidades de naturezas diversas que se propõem a minimizar problemas sociais os mais variados. No desejo de buscar soluções o mais rápido possível para problemas complexos, fica a apergunta: Sera que aquilo que acreditamos como sendo a solução realmente o é? Para encontrarmos a resposta, faz-se necessária uma reflexão acerca do tema "Cultura e Ideologia".

Existem muitas formas de se definir cultura, mas aqui usarei uma forma clara e sintética. Entenderemos a cultura como uma construção simbólica que é compartilhada por um coletivo humano. Uma observação importante que deve ser feita neste momento é que a existencia de cultura é comum a todos os seres humanos, sem distinção.

Um outro conceito importante é o de ideologia. Este pode ser entendido como uma construção simbólica organizada que movimenta um agrupamento humano em uma determinada direção.

Tendo em mente estes dois conceitos, torna-se clara a necessidade de antes de propor soluções, conhecer a cultura do coletivo ao qual se deseja beneficiar, pois sem conhecer os valores que norteiam as ações deste grupo, corre-se o risco de assumir uma postura etnocêntrica, ou seja, desenvolver ações que sejam positivas de acordo com seus valores, esquecendo que o outro possui valores próprios que podem ser diferentes dos seus.

Nos trabalhos realizados através do Global Pact, onde o objetivo é gerar impactos positivos na sociedade, o entendimento da visão do outro em relação ao mundo é de extrema importância, tanto no relacionamento entre os ativistas que, por vezes, provém de lugares diferentes, como nas atividades que envolvem pessoas da comunidade local, pois apenas desta forma serão descobertas as reais necessidades e, por conseqüência, soluções realmente efetivas.

Tecnologia Social

Texto baseado na palestra do Prof. Dr. Renato Dagnino(Unicamp).

O conceito de tecnologia pode ser definido como conjunto das relações sociais que são materializadas em máquinas, equipamentos, processos, organizações e etc...
Atualmente existe a produção de um tipo de tecnologia que podemos chamar de tradicional. Este tipo de tecnologia é gerada com base em um modelo de oferta(universidades e institutos de pesquisa) e demanada(organizações privadas).

Tendo em mente a idéia de que o saber científico e o seu desenvolvimento estão impregnados de valores sociais, políticos e econômicos, pode-se perceber que as tecnologias tradicionais não irão trazer benefícios para todos, mas apenas para aqueles que já são beneficiados pelo sistema capitalista que vigora no presente. Alguns traços marcantes deste tipo de tecnologia seriam a segmentação(o trabalhador não pode controlá-la diretamente), alienação(não utiliza a capacidadeintelectual máxima do trabalhador), hierarquização e busca pela maximização e exportação dos bens produzidos.

A abordagem social surge como uma resposta à abordagem tradicional. Este novo tipo de tecnologia terá como base a relação próxima entre os diversos atores envolvidos em seu desenvolvimento, a impregnação de valores que venham a impactar positivamente toda a sociedade e autonomia para que os trabalhadores possam gerar sua própria renda.

 

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