domingo, 5 de junho de 2011

Can you imagine a kind of economy centered on the people´s well fare and environmental sustainability instead of the improvement of profit and the irresponsible use of natural resources? How possible is it? How can it help in the achievement of the Millennium Goals? Have you noticed that in Salvador, Bahia, Brazil there is an organization called ITES linked to Escola de Administração at Universidade Federal da Bahia developing projects in this direction? The Solidarity Economy (SE) is a different way to generate products, work and income. It is different, because it has different values and major goals. Here are some of my views about the SE and answers related to the questions above.

First of all, it is necessary to clarify what is this new economy. SE is a kind of economy that follows a different path when compared with the traditional - based on market - economy. SE is based on the citizens´ quality of life, their auto-management related to labour relations and organizations conduction, as well as the respect to the natural resources. The major goal of the SE is provide material resources that are necessary to a satisfying life by a manner whose the results can be shared equally by all that participate in the process of production, worrying about environmental sustainability and political empowerment

Surely, so important as to comprehend what is SE, it is to understand how this new kind of economy works and how it can help strongly the achievement of the Millennium Goals, more directly on eradication of extreme poverty and hunger and environmental sustainability.


People who work in a SE perspective have in mind that at all places where there are some group of people living there is a possibility to produce something even if the territory is very poor. The idea is to use the local workforce and resources through auto-management organizations (cooperatives) aiming to supply the local inhabitants - who are the same that work in the cooperatives - with necessary livelihoods that are important to a high quality of life. This kind of social and economics organization helps decrease the poverty and hunger a lot, principally, poor communities where common market organizations are not interested by the low level of local income. Other important characteristic of the SE is the responsible use of local natural resources. Regarding that, besides the environmental consciousness common in this kind of social organization, the people do not have money to move themselves to other territory and that their subsistence depends on local resources, they always prefer sustainable practices of production. It helps a lot the natural resources maintenance.

In addition to the understanding of what is SE, how it works and how it helps to achieve the Millennium Goals, it is need to have in mind that there is a important work being developed in Brazil through this perspective. Currently, I am a member of the ITES which can be called an “incubator” of SE. This kind of organization helps people from different territories to develop themselves through the values and practices of SE. The ITES provides financial resources from public funds and intellectual aid to communities that desire achieve a better life quality in a close relation with the environment.

In conclusion, the SE is a new kind of economy and consequently social organization based on values and practices more aligned with people´s quality of life and maintenance of natural resources. Some thoughts about what it is, how it functions, how it is related to the Millennium Goals, as well as the real work is being done were here exposed with the intention of giving introductory information about the SE. One possible way to go further is to do a Google´s research about terms as “Solidarity Economy”, “Plural Economy” and “Substantive Economy” and authors like Genauto França Filho, Jean-Louis Laville, Andreia Lamaitre, Allain Caillé, Robert Owen and Karl Polanyi.



Resenha: “Terceiro Setor, Economia Social, Economia Solidária e Economia Popular: traçando fronteiras conceituais.”. Genauto Carvalho de França Filho. Bahia Análise e Dados, Salvador, SEI. V. 12. Nº 1, P. 9-19, Junho 2002.

O objetivo principal do texto é construir uma reflexão acerca dos conceitos de Terceiro Setor, Economia Social, Economia Solidária e Economia Popular. Com base nesta reflexão pretende-se delimitar seus significados, os discursos que os rodeiam bem como seus lugares sócio-históricos.

O artigo tem dez páginas divididas entre cinco blocos a saber: introdução, o Terceiro Setor – uma noção cara ao contexto norte-americano, o contexto europeu – a Economia Solidária versus a Economia Social: um passado comum e um presente distinto, a idéia de economia popular entre forma de sobrevivência e modos de organização coletivo-democráticos – uma referência latino-americana, considerações finais além do resumo e das referências, sendo estes dois últimos não discutidos aqui.

No primeiro bloco o autor trata das confusões feitas quanto aos conceitos de Terceiro Setor, Economia Popular, Economia Solidária e Economia Social. Dentro deste espaço obscuro onde as idéias a respeito dos termos não estão bem definidas, como afirma o próprio autor, surge a noção de que todos eles referem-se a espaços sociais e de trabalho que ocupam um lugar intermediário entre as esferas do mercado e do Estado. Avançando um pouco o autor afirma que o termo Terceiro Setor é o de maior visibilidade devido à vulgarização que tem sofrido e assim passa a designar toda organização que não faça parte do mercado e nem do setor público. Prosseguindo o autor esclarece que as diferenças entre os termos anteriormente citados relacionam-se com os discursos que a eles deram origem; discursos estes que possuem suas próprias origens sócio-históricas.

No bloco dois o tema principal passa a ser o Terceiro Setor. O autor aponta que este termo tem forte ligação com a idéia de filantropia; idéia esta que serve de alicerce às organizações sem fins lucrativos (ONGs). Este tipo de organização tem ligação especial com o contexto norte americano onde o Estado social não ocupa papel de destaque na sua história. De acordo com Salomon e Anheir (1992) existem cinco características que definem uma organização sem fins lucrativos: formais, privadas, não distribuem lucro e possuem certo nível de participação voluntária. O autor ainda acrescenta duas características: não devem ser políticas (como partidos) e nem confessionais (como organizações religiosas). Em pesquisa internacional dirigida pela John Hopikins, Fernandes(1994) aponta como a principal fragilidade deste conceito quando aplicado à realidade latino-americana o não reconhecimento das organizações não formais.

No terceiro bloco, qual tem como principal tema a oposição entre a Economia Solidária e a Economia Social em um contexto europeu, com foco na realidade francesa, o autor, fazendo referência LaVille, considera que a ligação existente entre o Estado e a sociedade serviu de alicerce para a criação das experiências associativistas, superando-se assim o conceito de Terceiro Setor considerado como algo à parte. O autor chama a atenção para as sociedades de socorro mútuo que serviram como base para a previdência estatal.

Resgatando a historio o autor esclarece que a Economia Social e a Economia Solidária tiveram origem comum. A Economia Social toma forma quando iniciativas associativistas, as quais em suas práticas possuíam certo teor de mudança social sem passar pela via da tomada do aparelho Estado, começaram a tomar forma. Estas experiências perduraran por algum tempo até serem incorporadas por aparatos jurídicos e assim perderem seus objetivos iniciais, passando assim a se agruparem em torno das suas categorias jurídicas e inserindo-se na economia de mercado. Estas organizações passam a ter a dimensão funcional como mais notória em relação à dimensão política. Tendo isto em mente o autor considera que a Economia Solidária viria a ser uma revitalização da antiga Economia Social.

Ao dar foco na Economia Solidária, a qual tem sua emergência como fenômeno social durante a crise do Estado-providência em meados da década de 1980, o autor esclarece que esta é uma maneira de reproduzir a vida fora das dimensões do Estado e do mercado. A partir dela um novo tipo de elo é criado entre economia e sociedade no qual existe primazia dos objetivos políticos. Nesta economia ocorre o fenômeno da hibridação que, resumidamente, poderia ser explicado como a mistura entre economia mercantil, não mercantil e não-voluntária. Outros pontos importantes a respeito das características da Economia Solidária são a construção conjunta entre oferta e demanda, a existência das relações de dádiva (dar, receber e retribuir) como expressão de solidariedade e o caráter auto-gestionário dos empreendimentos que a compõe.

No quarto bloco o assunto principal é a Economia Popular e sua diferenciação quanto à Economia Informal. Sobre economia popular, o autor baseado em RAZETO (1991) a define, em linhas gerais, como surgimento e expansão de atividades econômicas dentre segmentos pauperizados das populações das grandes cidades da América latina. Assim como a Economia Solidária, a Economia Popular também tem como base a solidariedade um símbolo que a representa é a prática do mutirão.

Ao tratar da diferenciação entre Economia Informal e a Popular, o autor deixa claro que a primeira tem base individual enquanto a segunda alicerça-se sobre o tecido social da comunidade.

Ainda neste bloco o autor faz menção a visão de desenvolvimento e a sua atual centralidade nos mecanismos de mercado como sua mola propulsora. Para o autor, a capacidade que a Economia Popular terá para se desenvolver e consolidar como setor autônomo e independente das dimensões do Estado e mercado dependerá da concepção do desenvolvimento baseado em uma perspectiva de economia plural, até porque a visão centrada no mercado atribui às outras formas de economia um lugar subordinado quando em comparação com a dinâmica econômica em sua perspectiva ampliada.

No quinto e último bloco o autor conclui o texto reforçando que as diferenças entre os temas tratados correspondem às diferenças acerca dos seus lugares sócio-históricos e que a banalização do termo Terceiro Setor deve-se à influência política e cultural norte-americana. O autor cita alguns itens que em sua visão são problemáticos quanto ao conceito de Terceiro Setor: solidariedade apenas como filantropia e seu caráter funcionalista ao sistema dominante. O autor defende uma compreensão mais ampla de economia a qual integre todas as formas de produção e distribuição de riqueza surgindo assim a idéia de economia plural. Reforça ainda o autor que a Economia Solidária e a Popular tentam articular três tipos de ação econômica (mercantil, não-mercantil e não monetária). Nesta perspectiva o autor entende, com base em EVERS (2000:567), Terceiro Setor como um espaço intermediário entre Estado, mercado e economia informal.

terça-feira, 29 de março de 2011

Moedas Sociais - Resenha de artigo

Resenha: “CLASSIFYING ’CCs’: Community, complementary and local currencies´types and generations”. Jérôme Blanc. International Journal of Community Currency Research. Nº 15. 2011.


O objetivo principal do texto é construir um quadro de classificação que possibilite a inclusão sistemática dos conceitos e experiências envolvendo moedas alternativas, ou seja, não oficiais – também chamadas de não nacionais - e que não tenham em seu uso motivação por lucro.

Um fato importante para a compreensão do texto e seu objetivo é que atualmente não existe uma forma padronizada e compartilhada de classificação dessas moedas bem como dos seus desenvolvimentos conceituais e práticos. É justamente neste ponto que o autor concentra seu esforço, ou seja, na tentativa de construir uma tipologia suficientemente flexível que permita o englobamento de conceitos ortograficamente parecidos, mas muito variados em sua semântica.

Para construir uma tipologia que abarque tanto a diversidade de origens históricas como desenvolvimentos futuros são utilizados como elementos base os conceitos – também denominados como tipos ideais - de “moeda comunitária”, ”moeda complementar” e ”moeda local”. É esse conjunto formado pelas três variedades conceituais que o autor denomina “CCs”. O autor esclarece que a vantagem do uso deste acrônimo reside na sua capacidade de englobar termos conflitantes. Em acréscimo à distinção dos tipos de moedas, o autor ainda constrói uma periodização onde cada uma de suas etapas corresponde ao que se denomina como geração.

O artigo tem sete páginas divididas entre cinco blocos a saber: o problema de nomear e classificar, princípios de uma tipologia, tipos ideais de acordo com projetos, gerações de esquemas e conclusão, além do resumo e das referências, sendo estes dois últimos não discutidos aqui.

No primeiro bloco o autor trata a dificuldade, segundo ele histórica, que existe em torno do estabelecimento de uma classificação comum para as “CCs”e considera como principal causa para tanto a obsolescência de modelos previamente criados devido às rápidas inovações e enfraquecimento de barreiras de diversas natureza que aparentavam ser intransponíveis. Contudo, o autor questiona acerca da necessidade de uma tipologia argumentando que a diversidade e inovação das ”CCs” não são restringidas pela falta de um quadro classificatório e ainda acrescenta a possibilidade desta não existência de ferramenta de categorização ser um elemento facilitador para o desenvolvimento daquelas. Ainda neste bloco Jérôme Blanc trata do acrônimo “CCs” justificando seu uso pela possibilidade que o mesmo tem de esconder conflitos entre nomeclaturas de moedas – mais especificamente entre comunitária e complementar. O autor ainda torna claro seu objetivo de construir uma tipologia flexível e aberta a desenvolvimentos futuros e termina o bloco informando sobre o que será discutido nos blocos seguintes.

No bloco dois o tema principal são os princípios a serem usados no desenvolvimento de uma tipologia. Como ponto de partida Jérôme Blanc utiliza a experiência do Social Money Workshop Facilitation Committee. A primeira observação refere-se à necessidade de diferenciar tipologia de itens de tipologia de sistemas. Uma tipologia de itens seria uma lista de itens elementares que compõem um sistema enquanto tipologia de sistemas seria a combinação de elementos formando assim determinados sistemas. Uma segunda observação relaciona-se ao fato que a Social Money Facilitation Committee desenvolveu uma tipologia genérica para sistemas monetários mais que para “CCs”. Isso faz com que “CCs” não pareçam muito diferentes das moedas tradicionais. Um terceiro aspecto refere-se a necessidade de que a construção de uma tipologia não foque na classificação de observações, mas sim ser flexível e aberta a inovações futuras. Em conclusão o autor acredita que uma tipologia deve sempre estar aberta a inovações, não querer ser considerada como a única correta e ser permanentemente discutida e transformada. Contudo o autor considera que a tentativa do Social Money Facilitation Committee falhou no seu objetivo de “delinear uma tipologia comum para sistema de troca” por apenas sugerir reflexão acerca de uma tipologia de itens. Já ao final do bloco o autor acrescenta como uma dificuldade na construção de tipologias para “CCs” é que freqüentemente qualquer moeda não nacional é considerada dentro daquele grupo.

No terceiro bloco, qual tem como tema principal a relação entre tipos ideais e projetos, sendo estes últimos podendo ser considerados como sistemas, o autor considera que estes então devem ser o foco da tipologia a ser construída negando assim a possibilidade de uma tipologia de itens. Segundo Jérôme Blanc um projeto pode ser definido por sua filosofia geral, propósitos gerais e seus planificadores. O autor faz uso de três categorias – troca, redistribuição e reciprocidade - definidas por Karl Polanyi para orientar as possibilidades de uma filosofia geral. Em acréscimo à filosofia geral, um propósito específico daria resultado a um dos três tipos de projetos que seriam a base dos esquemas monetários a serem tratados adiante. Os tipos de projeto são: territorial, comunitário e econômico Para especificar com mais detalhes os três tipos de projeto acima se faz necessário saber quem são seus possíveis planificadores a saber: governos, firmas capitalistas e organizações sem fins lucrativos. Com as informações passadas até agora o autor constrói relações entre tipos de projetos e esquemas monetários. Moedas locais com projetos territoriais, moedas complementares com projetos econômicos e moedas comunitárias com projetos comunitários. Neste ponto o autor, para evitar equívocos, reforça a idéia de que “CCs” não estão relacionadas aos ideais de soberania e obtenção de lucro. Uma outra observação importante que Jérôme Blanc faz é acerca da impureza dos sistemas reais, dificultando assim a construção de uma tipologia.

No quarto bloco o assunto principal são as mudanças ocorridas, as quais o autor classifica em gerações. O autor propõe uma tipologia de segundo nível na qual existem quatro gerações, cada uma combinando de diferentes formas com os três tipos ideais anteriormente descritos. Jérôme Blanc considera que a primeira geração surgiu na década de 1980 com o modelo da LETS; modelo este que durou até a metade da década de 1990. Ele tinha como características, dentre outras, as grandes redes, sendo algumas estruturadas em torno de organizações específicas e os sistemas de crédito mútuo com a emissão de moeda no momento da compra, mas também havia a possibilidade desta ser emitida com antecedência. A segunda geração, como define o autor, é aquela caracterizada por esquemas puros de troca de tempo , a partir do final da década de 1980 com os esquemas de dólar tempo nos Estados Unidos. O esquema de moeda neste caso é puramente comunitário alicerçado sobre o critério da reciprocidade multilateral. Blanc, ao tratar da terceira geração, a qual surgiu m 1991 com a experiência da Ithaca Hour, sendo esta baseada no modelo da LETS. Esta geração é caracterizada como tendo um propósito claramente econômico, constituindo assim esquema de moeda complementar, mas uma vez que existem ambições territoriais pode haver também esquemas locais. Como quarta e última geração o autor cita o esquema NU de Rotterdam que surgiu entre 2002 e 2003 com foco nas questões ambientais.

No quinto e último bloco o autor conclui o texto reforçando a necessidade de uma classificação flexível que permita a visualização dinâmica dos esquemas monetários. Segundo ele os tipos ideais permitem combinações entre si capazes de analisar formas concretas de esquemas monetários não nacionais e não movidos por lucros. Blanc ainda considera a identificação das gerações de “CCs” como recurso para evitar qualquer tipologia fechada e focar nos movimentos reais que emergiram desde a década de 1980 e que ainda continuam em transformação considerando, inclusive, o surgimento de novas gerações, principalmente em decorrência da emersão de novas tecnologias como a Internet.

O artigo traduzido em sua íntegra oderá ser obtido via e-mail.

 

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